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(11/07/25)
Um Superpoder para Todos Governar

Essa questão é milenar: qual seria o melhor superpoder a ter? Eu trago, neste texto, a minha opinião, que é irrefutavelmente, sem dúvidas, a correta.

Se eu encontrasse uma lâmpada mágica com um gênio, o meu primeiro - e talvez único - pedido seria assim:

"Quero ter a habilidade de poder voltar no tempo e, junto de mim, todo o universo, mas eu mantenho as memórias e mudanças físicas"

Esse pedido é tão genial que é capaz do gênio me aplaudir.

Funciona assim: Eu posso retornar a um ponto da minha vida como um rewind/rebobinação. Desse jeito dá pra evitar qualquer paradoxo relacionado a viagem no tempo, já que as únicas mudanças são em mim. Eu preciso viver o período até o presente novamente, entretanto.

Com esse poder, é só eu esperar pela Mega da Virada, memorizar os números, rebobinar, apostar e vapo!! Já sou milionário. Dá pra gabaritar qualquer prova, caso eu queira um emprego, ser o melhor goleiro do mundo, caso eu queira um emprego maneiro, testar qualquer hipótese sem remorsos...Et cetera. Tudo aquilo que todos desejam.

Não dá pra esquecer também a economia de tempo: eu assisto algo, volto atrás, vou na academia, volto novamente - e sem perder o treino! -, estudo, rebobino... Não quer acordar de manhã? É só voltar para a madrugada e dormir de novo, quantas vezes quiser. Tecnicamente também dá para comer infinitamente. Só tem pontos positivos!

Eu poderia voltar para minha infância e viver tudo novamente com a sabedoria de agora. Seria interessante e esquisito, imagina sentir saudade de quem ainda não conheceu. Assim como eu poderia consertar meus erros, eu poderia ficar por lá, nos meus 7 anos, para sempre e evitar tudo isso.

Tá aí a minha opinião. Não tem como optar por voo, invisibilidade ou teletransporte (apesar de este ser o 2º melhor) frente a esses argumentos. Infelizmente, como vivemos em uma realidade monótona, não serei abençoado com esse dom e tudo que posso fazer é sonhar com isso. It is what it is.

(07/06/25)
A raça dos desempregados da academia

Academias são aqueles lugares onde você encontra quase todos os tipos de gente:
jovens, velhos, puro-ossos, gordos, marombas, nerds, velhos marombas também e até crianças (que quase se matam nas máquinas). Em todas as minhas eventuais visitas à academia, a mim sempre se destacou um determinado grupo: os desempregados.

É difícil definir, porém quando vejo um, logo penso "olha lá, aquele ali deve ser definitivamente um desempregado". Na minha visão, entra nessa raça os caras que terminaram o ensino médio há vários anos mas continuam com rosto de adolescente, praticamente moram na academia e geralmente têm um corpo malhado.

Ok, talvez seja preconceito meu, mas convenhamos que o maluco de 20 anos que vai para a academia todos os dias provavelmente não tá trabalhando. Eu olho para eles e imagino:
- "O que será que ele faz o resto do dia? O que ele pensa? Será que está feliz?"-
Considerando que eles são shapados demais, provavelmente estão felizes. Ou não. Eu estaria, pessoalmente.

Na verdade, esse julgamento que tenho com os desempregados do gym vem de um medo meu de parar nessa mesma situação: recém-formado, não passei nos vestibulares e vou ter que ficar um ano inteiro estudando e com ansiedade. Afinal, tudo que recém formados sabem fazer é dormir, jogar, ir na academia e ter crises existenciais.

Talvez a realidade não seja como eu vejo, talvez eles possuem, sim, emprego e se esforçam muito todos os dias. Não tenho como saber porque, no final, a única vez que os vejo é na academia, que representa apenas uma parte da vida deles. Só espero que eu pule essa fase e não termine também como um desempregado da academia e que algum moleque enxerido escreva uma dissertação sobre mim.

Esse texto foi inspirado pelo cara que vi na academia em fevereiro e que me levou a escrever isto. Obrigado, pai fundador da raça dos desempregados.